Bate no Seu Pensador
E se pergunta Exigente:
-O que pensam os outros da gente?
Já não sei mais Quem Eu Sou?
Na Loja sou um Cliente
No Médico sou Paciente
Na feira sou Comprador
Pra Rádio sou um Ouvinte
Do imposto Contribuinte
Não pago Sonegador
Se mando sou um Patrão
Se obedeceu Peão
Se Bacharel Sou Doutor
No Fórum posso ser Juiz
Quem sabe um Promotor
O auxiliar de Bedel
Se bajulo sou Xeleléu
No Cabaré Meretriz
Pelas portas de um Bordel
Vadiou fez o que quis
Um salafrário Aprendiz
Sento no Banco dos Réus
Do Nordeste Nordestino
Se alugo viro inquilino
Pro governo sou Eleitor
Sou freguês no Restaurante
Na Escola viro Estudante
No Estádio sou Torcedor
Na vida viro um Artista
No Circo um Equilibrista
Se faço rir Fanfarrão
Mágico lá no Picadeiro
Atrepado no poleiro
Pareço um Camaleão
Banguelo se cai os Dentes
Bêbo se tomo Aguardente
Bebê até Mané chegar
O tira gosto é de Pato
Quem sabe espeto de Gato
Dum rato faço um Preá
Chorão sou igual menino
Valente rico e Mofino
Cheiroso que nem Gambá
Sem roupa um homem Nu
Feio um Sapo Cururu
Boiando na Água Fria
Bate os queixo que Agonia
Requevém Desmantelado
Parece um Pilão queimado
Um Prato de Porcaria
No Correio sou remetente
Se atraso inadimplente
Se gasto Consumidor
Na rua viro Pedestre
No campo viro Campestre
Também um Agricultor
Flanelinha e Manobrista
No Posto tem o Frentista
Na Moto o motoqueiro
Gasolina é a dinheiro
Sofredor é Masoquista
Se faz bico é Biscate
Na feira tem o Mascate
Viola da Boemia
Na roda de Cantoria
Um Porteiro de Boate
Jogador de Capoeira
Dando de rabo de a Raia
Tamborete de Gandaia
Seu Batedor de Carteira
Maloqueiro Sem-Vergonha
Frangote de Urubu
Nem na regada do cu
Tem o que Mosquito roa
Doença da Macacoa
Seu Fumador de Maconha
Andando sou Caminheiro
No ônibus sou Passageiro
Motorista um Condutor
Viajando viro Turista
No verso sou repentista
Prá Tevê Espectador
Na hora da Agonia
Só Deus que nos acuda
Quebra um galho de Arruda
Credo cruz Virgem Maria
Tá na hora de Embora
Com Jesus, Nossa Senhora
Sigo a Estrela Guia
Cliente pra Advogado
Vítima se Acidentado
Chamo Médico de doutor
Se morro viro Defunto
No IML um Presunto
No Cemitério “Pés junto”
Dessa pra Uma Melhor Passou!
Fabio Campos 11 de Janeiro de 2016
Poesia do Livro Inédito [não publicado]
"POESIA NÃO ENCHE BARRIGA...ENCHE O CORAÇÃO! 2004"
Nenhum comentário:
Postar um comentário