CHANGRILÁ e outras Poesias




POESIA CHANGRILÁ

OS HOMENS SÃO COMO INSETOS
GANHAM NOME, FAMA, ALGUNS CANTAM
NASCEM CRESCEM REPRODUZEM E MORREM
-EU NÃO-

QUANDO SINTO SEDE
DE POEMAS
SOU COMO A SAMARITANA
QUE PROCURA A CÂNFORA
QUE PROCURA O CHAFARIZ
QUE PROCURA A ÁGUA
-E NÃO ENCONTRA-

SINTO AS CORES DA VIDA
DA DIVA, DO DAVI, DO VADI
DO DIVÃ DA VIDA DIVINA

ASSIM COMO OS VERSOS IMPARES
NASCEM CRESCEM REPRODUZEM
-E SOBREVIVEM-

27 DE OUTUBRO DE 1978


POESIA: VASSALO

AINDA EI DE CONHECER UM POETA
E NA PRIMEIRA OPORTUNIDADE
QUERO OLHAR BEM DENTRO DOS SEUS OLHOS
PRA VER SE VEJO NELES
ALGO DE ESPECIAL
QUE NOTADAMENTE ELES DEVEM POSSUIR
POIS SÓ VEEM AS COISAS
DE MODO QUE AS TORNAM
MAIS PURA, MAIS BELAS

SÃO ELEMENTOS FAUSTOS!
AGORA ESTOU OLHANDO UMA FLOR
COMO SERIA ESTA FLOR
SE OBSERVADA POR UM POETA?

COM A MAIS ALVINITENTE TERNURA
AH! SE TODOS NÓS TIVÉSSEMOS
PELO MENOS UM POUCO DE POETA
O MUNDO SERIA BEM DIFERENTE

FEITA TAMBÉM EM 27 DE OUTUBRO DE 1978.



POESIA: VAZIO

HOJE 
ASSIM COMO NOS OUTROS DIAS
A TARDINHA CHEGOU
MAS...
NÃO ME CHEGOU NADA
(SEM PALAVRAS)

ENTÃO EU PAREI

FIQUEI OLHANDO O LÁPIS 
E O PAPEL
(QUE ROEDEIRA)

E NADA VI

ENTÃO EU VI
UMA BRANCURA 
SUBLIME
E NADA É MAIS PURO
QUE A CRIANÇA
A FLOR
UMA FLOR...
NADA 

28 DE OUTUBRO DE 1978.


POESIA: MAIS UMA VEZ

A MULTIDÃO PASSOU
COMO AS FOLHAS 
DO MEU CADERNO
PASSAM A FAVOR DO VENTO

QUE DESALENTO
NEM TOCARAM MAIS NO PIANO
NEM NO VIOLÃO

PORQUE NÃO SOU ILUSÃO
NEM DOR
NEM FELICIDADE
NEM AROMA, NEM AMOR, NEM AMORA
NEM QUERO SER

AINDA MAIS QUANDO
HÁ TÃO POUCO
ESPAÇO DE TEMPO
VOU APROVEITAR 
ENQUANTO HÁ
ESSES MOMENTOS

03 DE NOVEMBRO DE 1978. O EU POETA AQUI COMPÕE INFLUENCIADO PELO DIA DE FINADOS OCORRIDO NO DIA ANTERIOR. A ALUSÃO AO PIANO SERIA O DE DONA MARIA OURIVES, O VIOLÃO DE GILVAN CARVALHO QUE TOCAVAM NA VIZINHANÇA DA ÉPOCA.