POESIA DA SERRA-E-DA-PONTE 26 09 2025




 PONT E SIA E A SERRA

QUERIA
COMO EU QUERIA
FAZER UMA PONTE QUE NÃO FOSSE SÓ PONTE
NEM FANTASIA
NUNCA FOSSE SOMENTE POESIA
QUE EU SENTISSE SAUDADE DE VÊ-LA
ACARICIÁ-LA SENTI-LA
SER PARTE DELA
QUE ME LEVASSE, PRA LÁ LONGE
PRA OUTROS TEMPOS
TEMPOS DE OUTRORA
QUE ME REMETESSE, A OUTROS EUS
QUE NUNCA FUI, NEM NUNCA SEREI

PONTE QUE ME LEMBRASSE DO QUE NUNCA VEREI
VISLUMBRASSE ATRAVÉS DE TI
OUTROS MUNDOS
OUTRAS HISTÓRIAS
QUE AO ATRAVESSÁ-LA
FOSSE PARAR, EM OUTROS MUNDOS

DE UM TEMPO QUE NUNCA VIVI
NUNCA VEREI
NUNCA IMAGINEI

HÁ SE A POESIA FOSSE 
PONTE
HÁ SE A PONTE VIRASSE 
POESIA
E  SE ENGOLISSE AS SERRAS, ENGOLISSE AS NUVENS
ENGOLISSE O TEMPO, E OS CAMPOS
E A ÉGUA COM SEU POTRO
 PARTE DA PAISAGEM QUE JAMAIS SERÁ
AS CASAS QUE NUNCA EXISTIRAM
AS ÁGUAS QUE O DIA LAVARAM

A CHEIA QUE UM DIA ARREBENTARAM,
E LAVARAM SONHOS, 
E LEVARAM ALMAS
E DEIXARAM LODO
ENGOLIRAM LÁGRIMAS
QUE TANTA DOR DE DOER DOEU
E UM CARTAZ BROTOU NA PORTA
VENDE-SE ESTA CASA
VENDE-SE UM RESTO DE SONHO

VENDE UMA TARDE LIMPA DE ADEUS
VENDE UMA MANHÃ ATURDIDA DE AFAZERES

UMA CASA QUE NUNCA, É, A MESMA
NUNCA MAIS SERÁ A MESMA
SEMPRE QUE HOUVER UMA PONTE
SEMPRE QUE HOUVER UM RIACHO 
UM COACHAR DE SAPO
HAVERÁ


UM DIA TUDO SERÁ RIO, UM DIA TUDO SERÁ MAR
MAIS UM DIA E UMA NOITE
E NINGUÉM PRECISARÁ FICAR TRISTE

NEM A PONTE, NEM O PEIXE
NEM A SERRA, NEM O VERDE 

TUDO OBESAMENTE ALVO DE NUVENS
MESCLADO DE UM AZUL EMPRESTADO DE NOSSA SENHORA

FICARÃO OLHANDO PRA DEUS
SE PERGUNTANDO, ONDE É GUARDADO
TANTO AZUL 
QUANDO O ESCOVÃO NEGRO DA NOITE
SE DERRAMAR POR CIMA DO MANTO DA VIRGEM

E OS PIRILAMPOS IMITANDO ASTROS 
E ESTRELAS CADENTES
DESATANDO PRA DENTRO DO UNIVERSO LÍQUIDO
SE PRECIPITANDO NA SERPENTE NEGRA 
DO RIO, A VIRAR
COMIDA DE ANFÍBIOS.

DOCEMENTE O MUNDO VAI GIRANDO,
OS PLÁSTICOS E ALUMÍNIOS, SE DEGRADANDO
POR MILHARES DE ANOS
SE AMOFINANDO 
SE INCORPORANDO A MATÉRIA
RENASCENDO MAMONA
ABORTANDO VÍRUS
SE METAMORFOSEANDO EM NOVAS VIDAS.

"O Gato preto cruzou a estrada/ Passou por debaixo da Escada... Secos e Molhados 1975" 

Fabio Campos, 26 de Setembro de 2025.










EU QUERIA?          POESIA


EU QUERIA...
O QUE EU QUERIA?
QUE TODO DIA FOSSE FEITO POESIA

QUE A GENTE DESENHASSE O DIA
PINTASSE A ALMA DE AZUL
COLORISSE A PONTE COM A PAZ DE DEUS

MOLHASSE O SOL COM O SAL DOS OLHOS
DESCABELASSE AS MATAS COM OS DEDOS DE DEUS
TIRASSE UMA FATIA DA SERRA 
COMO  O MENINO JESUS
COMERIA UMA FATIA DE BOLO
BEM NO DIA DO ANIVERSÁRIO
E SOPRARIA AS DUAS MIL E VINTE E CINCO VELINHAS
COM TANTA FORÇA, QUE O MAR IA MOLHAR A CARA DE MOISÉS
LÁ NO POLO ANTÁRTICO.

PINGUINS DE GELADEIRA SURFARIAM NO ÁRTICO
URSOS POLARES BRINCARIAM NO JARDIM INFANTIL
FOCAS E LONTRAS ESQUIARIAM NA PISTA DE GELO
DO SHOPPING .

QUEM IA GOSTAR MUITO DESSAS TRAVESSURAS?
SABE QUEM?
OLIVIA E DOMINIC!

FABIO CAMPOS, 26 DE SETEMBRO DE 2025.  












CHEIA DE GRAÇA     POESIA




FICO CALADO PENSANDO

TAMBÉM NÃO DÁ

PRA FICAR PENSANDO SEM FICAR CALADO

PORQUE PENSAR É ALGO ESPIRITUAL

PENSAR PODE SER UMA CONVERSA COM DEUS

SE VOCÊ PENSAR DIREITINHO

COMO NOSSA SENHORA DE GUADALUPE [MÉXICO]

NOSSA SENHORA DA DEFESA [DE AMPEZZANO - ITÁLIA]

NOSSA SENHORA [DA GRUTA] DE LOURDES

NOSSA SENHORA DE LA SALETTE [FRANÇA]

NOSSA SENHORA DE FÁTIMA [PORTUGAL]

NOSSA SENHORA DE MEDI O GORJE  [ALEMANHA]

NOSSA SENHORA DE SCHO STHATT [ALEMANHA]

NOSSA SENHORA CONCEIÇÃO APARECIDA [SÃO PAULO BRASIL]

NOS VEIO COMUNICAR SOBRE SEU FILHO JESUS

E POR QUE SERÁ QUE AINDA HÁ OS QUE NÃO CREEM.?...

NOSSA SENHORA MINHA MÃE! PERDOA ...

NOSSA IGNORÂNCIA!

INTERCEDE A DEUS POR NÓS!


FABIO CAMPOS 26 DE SETEMBRO DE 2025.
















A ÉGUA E O POTRO


O JEGUE VÉIO...


UMA TARDE DE DOMINGO




MEU COMPADRE MÁRCIO, E MINHA SOGRA MARINETE



MINHA MÃE 




EU E MEU AMOR



FESTAS JUNINAS COM OLIVIA E DOMINIC





NOSSA SENHORA DE GUADALUPE VISITA-NOS SEMPRE!...


DE NOITE, EM SENADOR.  NUM OUTRO DIA, SÓ QUE DE NOITE...


POR HOJE É SÓ...
 

IN[n] ZA[a]N[n] O [S] HEFESTO e SEKHMET NO PARAÍSO 17/09/2025



Monalisa, mantinha a cabeça apoiada na mesa. Os pensamentos todos embaralhados. Do seu corpo exalava cheiro nauseabundo de espumante, cerveja e vinho. Os dedos cheiravam a nicotina, e fumaça de diamba. Na boca um gosto de cabo de guarda-chuva. A saliva parecia uma pasta, preste a colar os lábios, ou matá-la-ia por asfixia se tentasse engolir. Junto ao hálito, queria sair de seu corpo, o espírito. Flutuaria vagabundo junto ao fóton emanado de diáfana luz que penetrava pela janela. Livros, aos montes espalhados, por todo o ambiente. Alguns abertos, tontos, enjoados daquele ar pesado. A água da torneira, feito caldeira de vulcão, incendiaria qualquer alma, que tocasse. Cômodos do incômodo, chatos, desengonçados. Os óculos tristemente desprezados, relegado quase a Sapato. Os fatos nunca seriam explicitamente esclarecidos. O rapaz do mercadinho, precisava falar-lhe. Dizer algo, cobrar-lhe pistas, evidência de que crime, ou crimes ocorreram ali. Talvez ele pudesse explicar sobre aquele entrega. Tinha quase certeza, que nada pedira. Não naquela manhã. Precisava descobrir o que acontecera. Saber sobre aquele corpo dentro da banheira, dormia, ou estaria morto? Mas que droga de lugar era aquele? Um quarto de pensão? Gatos e cachorros, não tinha certeza se eram reais, ou saídos de sua imaginação, ficavam andando pela casa. Aquela banheira com aquele corpo também, talvez, nunca existira. Ou quem sabe, sua mente preferia negar que realmente estava lá. O cheiro de sangue causou-lhe ânsia de vômito. Os gatos conversavam entre si. Suas falas polidas, esmeradamente educadas. No entanto, num piscar de olhos podia virar discussão, daí que acabariam brigando. Aquilo era coisa de louco.

Derick, um belo felino siamês, era o único que lhe dirigia a palavra, com toda polidez e consideração. E claro, por ter educação esmerada. Jamais faltaria com respeito a uma dama. Além do que, do lugar de onde viera, qualquer um que fosse mal-educado com uma mulher, sofreria punições severas.

A moça concebeu que acordara tarde. Olhou para si desolada. Sempre se arrependia, no dia seguinte. Já se ia o início da tarde. Metade do dia se fora. Não diria perdido. Pois perdido, era palavra inexistente no seu dicionário. Havia muito tempo que se considerava perdida, fosse para o que fosse. Não havia tempo para contabilizar prejuízos. Era seguir em frente. Sempre. E encarar o que a vida tinha a lhe oferecer, a partir dali. De onde se encontrava agora.

Ponderou onde estaria dona Dulce, sua mãe, naquele início de tarde. O baixio tinha muito verde, e praticamente mais nenhuma outra cor. Algo que dissesse haver por acolá, vida humana. Tudo, porém, era puro engano. O mato tem esse poder de esconder coisas que as vistas, desacostumada, jamais imaginariam existir. A mata logo cedo engoliu Hefesto, o titânico caçador de almas. Desceu a ribanceira ainda escuro. Até o exato momento em que as trevas lambiam os seios das montanhas. Dali a pouco passariam a reinar naquele submundo os espíritos malignos. Feito fumaça entrariam pelas ventas e pulmões de seres funestos emanados das profundas e tenebrosas cavernas. Acordavam o espírito da mata, e nem sinal do arauto. As araras pingavam de vermelho os altos galhos, os saguis e jiripocas saltavam de galho em galho. O furdunço inquietante dos símios, dando nos nervos das jitiranas e jandaias, pondo cuidados nos filhotes. Os morcegos esvoaçavam sobre as copas das árvores, doidos para cravejarem seus caninos no pescoço de uma corça.

Hefesto foi até o açude precisava se refrescar, da exaustiva jornada no paraíso que culminara com a caçada. Trazia as costas um enorme javali abatido, fruto da empreitada pelo jardim dos Éphesus. O jardim de delícias reservado aos semi-deuses.

Se desvencilhou de suas armas, trepando-as numa forquilha de um pé de craibeira de colossal envergadura. Cinco homens de grande porte talvez não fosse suficiente para abarcá-lo. O valente guerreiro despiu-se, e entrou no lago. Semideus no jardim dos deuses e das delícias, jardim de onde Deus expulsara Adão. Os sons que se ouvia era da natureza, conversando com o Criador. Guerreiro nu, flutuando sobre a água macia, refrescante, o calor do corpo indo de encontro a frieza de fluida água que liberava vapores, e se condensava no ar, que beleza! O corpo deslizando, o espelho d’água. A mata conversando com as serpentes, as ninfas, os quatis, as guaribas e querubins. De repente, o tronco esverdeado e coberto de limbo da gigante craibeira começou a mudar de cor, e foi ficando cada vez mais grosso. Na verdade, dobrando de espessura. A medida que engrossava, ia adquirindo tom amarronzado, e algumas pintas escuras.

Hefesto entendeu o que ocorria, com seu olhar aguçado, seus ouvidos treinados para captar as falas inquietantes das selvas, e de seus habitantes. O tirânico, cruel e predador semideus, entendeu imediatamente o que acontecia. Sekhmet a deusa da vingança, em forma de serpente, avançava sobre sua caça. Intentava roubar-lhe o javali abatido. Do jeito que estava, feito anfíbio, Hefesto  sorrateiramente deslizou até a margem, quase sem fazer barulho. E rapidamente alcançou sua espada. A deusa Sekhmet transformada em serpente, por sua vez, pressentiu o perigo, e atacou. Se desvencilhando do galho se enroscou no homem. Agora era briga de deuses, homem semideus nu, versus mulher semideusa, transformada em cobra, numa luta pela vida, e pela morte. 

Monalisa ponderava, que, depois que seu pai Antonio fora preso, sua vida e a de seus irmãos, de todos da família, mudara drasticamente. Ela e os irmãos, um a um, foram saindo de casa. Pensaram inicialmente em viver a vida, com toda a liberdade que nunca tiveram, devido à austeridade e rigidez dos seus pais. Agora via que aquela falsa liberdade trouxera consequências. Ela mesma, começara com farras noturnas, e bebedeiras. Com o passar do tempo avançara para drogas mais pesadas. Fazer faculdade de Filosofia, estudar mitologia, grega, romana. Entender a sociedade desde os primórdios, que viajem.

 









Ka - Moon - Gha Traduzir-Te CaMonGa 12/09/2025








CAMONGA

A SERRA JÁ ME ESCALOU
PELO MENOS TRÊS VEZES
EM 3 FASES DIFERENTES DE "MI VIDA"
UMA QUE ERA QUASE IMBERBE
UMA QUASE SONHANTE UM ASSIM TÃO DISTANTE
DO QUE UM DIA SERIA, TÃO DIFERENTE.
UM INFANTO INFANTE UFANANTE

TEM DIAS 
QUE A POESIA, ESTÁ DORMINDO
DENTRO DE MIM.






DIA  PASSARINHO

AQUELE FOI UM DIA PASSARINHO
UM VOO PRA DENTRO DO PEITO

DUAS ASAS NEGRAS FLUTUANDO NAS PAREDES
DOS OLHOS
AS ÁGUAS SALGADAS QUE DELES JORRAVAM
O VENTO ADOÇAVA
O AZUL SE ESFREGADO, NAS PAREDES DO CÉU
O BRANCO DA CAPELINHA
BORRADO DE CARVÃO
A LUA PERGUNTOU: PRA ONDE FOI O MENINO?
E POR QUE AGORA TINHA NERUDA NAS TÊMPORAS?
E GUERNICA NO OLHAR?

ESPINHOS ENFIADOS NAS PALAVRAS...
ESPUMANTE NENHUM CONSEGUIRIA
POR ESTRELAS ALI.
 










ETEREAMENTE 

SUBIR A SERRA TROUXE LEMBRANÇAS ANTIGAS
DE QUANDO TINHA SÓ UM TERÇO DA VIDA
QUE UM DIA FUI
OUTROS DOIS TERÇOS GASTOS INUTILMENTE
SEM SERRA

AS CRIANÇAS UM DIA AQUI VOLTARÃO
E ALGUM LÁBIO CALADO 
DIRÁ
OS FILHOS DOS MEUS FILHOS
UM DIA AQUI VIRÃO...

O MENINO QUE FUI TALVEZ
TENHA PENSADO NISSO
SÓ TALVEZ...
DA PRIMEIRA VEZ..
QUE AQUI ESTIVE,
NÃO LEMBRO.

.
A CRUZ APONTANDO
PRO CÉU E PRO INFINITO
UM DIA ... OUTRO DIA VIRÁ









ORAÇÃO

SUBIR A SERRA
É UMA ORAÇÃO 
ORAÇÃO COORDENADA 
ASSINDÉTICA
CONCLUSIVA ADVERSATIVA 
ASCENDENTE
 ASSUNÇÃO, ABDUÇÃO.

SUBIR  A SERRA
TRAZ REMINISCENCIAS
REJUVENESCÊNCIAS
UMA DOSE
GRAVE 
EXPERIENCIA

AO CHEGAR NO ALTO
PERGUNTEI POR MIM...
DEUS?
CADE AQUELE MENINO
QUE UM DIA ESTEVE AQUI?

TENHO SAUDADE DELE...
ERA UM MENINO TÃO PURO
INGENUO...
PRA ONDE FOI?
SE PERDEU
NESSAS BRENHAS
ESTARIA POR AÍ AINDA?
CAÇANDO PASSARINHO COM SUA BALADEIRA
MENINO NÃO FAZ ISSO!
O HOMEM VELHO HOJE TE ACONSELHA:
PASSARINHO PRECISA VOAR!
CANTAR, CANTAR, CANTAR
ATÉ MORRER
SEM ENVELHECER
SEM FICAR TRISTE.
E NUNCA MAIS...
E NUNCA... MAIS NUNCA!
[PRECISARIA]
SAIR DA SERRA.





 












MAKE OFF

SERRA DA CAMONGA
NIVER DE AIKA 06/09/2025