JÁ FIZ MUITA BESTEIRA POR CACHAÇA [POESIA] Já levei uma radiola pro Panema Cuns amigos e um litro de cana já amanheci pelas ruas de Santana Chorei ouvindo a música Iracema Impedido de entrar no Cinema Tira-gosto de cobra no Pai Mané De cuador fiz a Meia com chulé Vejam só como é triste a minha Cena na música cantei pra Madalena Tomei Pitú comendo pão crioulo descarregando uma carga de tijolo no caminho da fazenda Açuncena Já tomei jurubeba com Rapé já amanheci na porta do Cabaré a ressaca pode crer não foi pequena A paixão cruel por uma morena fez eu fazer uma seresta na Praça A cabeça balançando, uma Cabaça no Carnaval eu vesti saia Godê por incrível que possa parecer já fiz muita besteira por Cachaça Já rasguei muitas vezes a Camisa Algumas vezes o fundo da Calça na peça teatral levei um baque os fundos sofreu mais o ataque A cara e o cabelo cheio de Massa com as fuças cheia de Cachaça parecendo um Carlitos de fraque um Charles Chaplin de araque Caí levantei ligeiro, cê possa crer Bêbo sabido sabe disparecer mesmo assim o povo ri e acha graça É doído mais tenho que dizer por incrível que possa parecer já fiz muita besteira por Cachaça Já mijei dentro da Televisão pensando que estava no Banheiro já tentei entrar no Camiseiro pra lá dentro dar o maior 'Cagão' Eu bebo mais não viro Lampião quanto mais bebo é que fico uma moça varro a casa, eu limpo, e lavo a louça faço isso com o maior prazer E não tenho vergonha de dizer Já tomei uma Cachaça de Cabeça que dos olhos saiu fogo e fumaça o juízo parece que amoleceu As coisas que lá dentro derreteu fez da boca e da venta correr massa as orelhas deram logo pra arder por incrível que possa parecer já fiz muita besteira por Cachaça Já bebi três dias incarriado acabar com a cana do mundo Eu queria,e por isso eu bibi cai aqui, cai ali feito um Zumbi fendendo parecia um porco imundo Um sôim, parecia um vagabundo um gambá não fazia o que eu fiz Caguei ao lado da cama que dormia o fedor só vim sentir no outro dia da cueca fiz papel e me Servi Num cabide ficou dependurada Bêbo faz cada presepada a cueca vesti por fora da calça a merda começou a endurecer por incrível que possa parecer já fiz muita besteira por Cachaça Diz que o bêbo ele tem mil Pantim Ficam bonito, rico e valente Mas quando eu bebo aguardente não sei o que é valentia ou coisa assim Na verdade eu fico é bem quétim a cachaça ela cura toda dor Me invento de cantar viro Cantor e se tomo uma cachaça eu canto um Brega se brincar eu dou um beijo numa Jega o sentimento que me aflora é o Amor É desse jeito, é assim mesmo que sou Eu fico um cara muito Amoroso abraçador, beijador, viro um Seboso no balcão da budega eu sou doutor tomar uma sempre bebo e vou beber O Tim-Tim a gente brinda com a Taça Faço glosa, faço verso, faço Graça O mundo precisa me conhecer por incrível que possa parecer já fiz muita besteira por Cachaça. FABIO CAMPOS, 25 de Maio de 2019. Os fatos narrados nesta poesia são verdadeiros. O Mote eu peguei duma mensagem recebida pelo watsapp. Onde dois violeiros repentistas declamavam uma poesia num vídeo.
FOTOGRAFIA I NA PORTA DAQUELA CASA NUMA POSTURA IMPROVISADA COM A CARA DESAJEITADA OLHANDO A RUA ORDENADA II SENTADO NA CALÇADA SEM TER O QUE FAZER OLHANDO O TEMPO PASSAR E A GAROTADA A CORRER III PASSANDO AS HORAS DE FOLGA NAQUELA MONOTONIA ENQUANTO NA VITROLA TOCA UMA LINDA MELODIA IV TANTAS COISAS VEM NA LEMBRANÇA COISAS QUE ABREM O CORAÇÃO SÃO MOMENTOS TÃO BONS QUE FICAM NA NOSSA RECORDAÇÃO V OLHANDO ESSA FOTOGRAFIA EU FICO ME DISTRAINDO DURANTE O DIA TUDO ISSO E MAIS AQUILO ESTÁ PARA SEMPRE GUARDADO NUM ÁLBUM DE FOTOGRAFIAS FABIO CAMPOS 30 de Abril de 1978. Do meu segundo caderno guardado a mais de 40 anos, que só agora resolvi divulgar as poesias e pensamentos nele contido.
POEMAS QUANDO COMEÇO A PENSAR VEM-ME LOGO INSPIRAÇÃO PARA FAZER QUALQUER COISA NESTE CADERNO DE ANOTAÇÃO ARTISTA I PINTEI A ALMA DE BRANCO O AMOR PINTEI MEIO QUE SORTIDO PRA QUANDO VOCÊ CHEGAR PINTARMOS UM AMOR COLORIDO II O AR RABISCOU-SE DE COR ROSA VEIO O CHEIRO DA NATUREZA ERA VOCÊ CHEGANDO DISSO EU TINHA CERTEZA III CAMINHAMOS ATÉ AS NUVENS CORREMOS SOBRE O MAR DESLIZEI SOBRE O ARCO-ÍRIS PARA UMA ROSA APANHAR IV AVISTEI UMA IGREJINHA ONDE IRÍAMOS NOS CASAR VOCÊ VESTIDA DE BRANCO E EU A ESPERAR NO ALTAR V OS SINOS DA IGREJA COMEÇARAM A BADALAR NÃO ERAM SINOS...NÃO ERA ERA O MEU DESPERTADOR QUE COMEÇAVA A ME ACORDAR RIO I ELE SURGIU LÁ NA SERRA PASSOU EM BAIXO DA PONTE AFOGOU TODA A VÁRZEA E SUMIU ATRÁS DOS MONTES II SEM ELE É IMPOSSÍVEL A VIDA MORRE TODA VEGETAÇÃO É O SANGUE QUE FUNCIONA NO CORAÇÃO DO SERTÃO III CHEIO AS BORDAS DE MISTÉRIO TESOUROS, PROMESSAS E CASTIGOS NAS ÉPOCAS DE MUITA CHEIA É UM VERDADEIRO PERIGO IV VAI LEVANDO NO PEITO TUDO QUE ENCONTRA PELA FRENTE PARA ENTREGAR AO MESTRE COMO SE FOSSEM PRESENTES Poesias feitas EM 13 E 14 de Abril de 1978. ESTAS POESIAS INICIAM OUTRO CADERNO ESPIRAL QUE CHAMAREI DE "REALISMO" PENSAMENTOS AMAR É SONHAR; VIVER É APRENDER. SONHAR E VIVER É AMAR. AQUELE QUE MUDA DE RELIGIÃO DIFERENTE DA SUA DE BATISMO OU SENTE A FALTA DE DEUS NA ALMA OU NÃO ACREDITA NELE O AMOR VERDADEIRO ESTÁ VARIANDO ENTRE A SERIEDADE E OS SENTIMENTOS EMOCIONAIS. SE ULTRAPASSA PARA QUALQUER DOS LADOS DEIXA DE SER AMOR PARA SER APENAS AMIZADE. Pensamentos feitos, dia 28 de Abril de 1978.
O desenho do Cristo que ilustra esta publicação, é de minha autoria. Trata-se uma réplica de outro artista que desconheço. Feita em papel sulfite A4, utilizando lápis de cores, datado de Abril de 2010. Atualmente se encontra num quadro suspenso na parede do quarto de minha mãe.
É DO CÉU, É DE DEUS, É DIVINO Está narrado nas Sagradas Escrituras no tempo do rei Salomão nas altas cortes do seu reinado um dia foi importunado para resolver uma situação Era um caso de desavença duas mulheres envolvidas numa briga e o motivo da intriga era a guarda de uma criança A primeira dizia o filho é meu por ele tenho amor profundo a outra dizia eu o pus no mundo eu o amamento desde que nasceu O impasse era sério nunca o rei tinha visto algo antes era um caso muito intrigante precisava resolver aquele mistério Aos guardas deu ordem sem rodeio passe a criança ao fio de espada E não me falem mais nada em duas partes corte ao meio Cada uma leva um pedaço dessa forma acaba a cobiça quanto a mim pratico justiça e voltem as duas a seus regaços Uma delas em atitude covarde aprovou a decisão real a outra logo passou mal disse abro mão da minha parte O rei entendeu o que havia recebeu do alto um brilho a mãe pra salvar o filho abria mão do que lhe pertencia O rei mandou lhe entregar o menino É aqui que acaba esse estribilho O amor que uma Mãe tem pelo filho É DO CÉU, É DE DEUS É DIVINO Feito para homenagear as Mães no seu dia. "Salve 12 de Maio dia das Mães" Publicado inicialmente no grupo de watsap III ANTOLOGIA DE ESCRITORES, LEITORES E FOTÓGRAFOS DO SERTÃO DE ALAGOAS
SE PAIXÃO MATASSE GENTE... A cachaça já não dá conta vivo sempre embriagado diz que um homem apaixonado é igual uma criança vive sempre na esperança de satisfazer seu desejo viver de amor e beijo é o que mais lhe apetece mais e mais o amor cresce coração está doendo o peito se aquecendo do álcool tem se valido o fígado já consumido conservado em aguardente "SE Paixão matasse gente Eu já tinha falecido" Mote: "Se paixão matasse gente Eu já tinha falecido." do poeta Malisson no grupo de watsap: III Encontro de Escritores, poetas, fotográfos do Sertão Alagoano. Esta semana 06 de maio de 2019.
VULTOS HISTÓRICOS VALEU A PENA... ISABEL SENTIU PENA DA PENA ESCRAVA E VALEU A PENA USAR APENAS A PENA PRA LIBERTAR OS ESCRAVOS DA DURA PENA QUE ATÉ FAZIA PENA. O BRASIL É QUEM DIZ: CABRAL! DESCOBRISTE-ME CAMINHA! FAZ A CARTA QUE... LEMOS! LEVA À PORTUGAL E DIZ QUE AGORA ESTOU NU DESCOBERTO COMO AS ÍNDIAS. PERGUNTA INTERESSANTE: QUE MAUÁ EM PROMOVER O PROGRESSO? QUE MALDADE COM OS MISSIONÁRIOS: SARDINHA PELOS ÍNDIOS DEVORADOS FRANCISCO PINTO ASSASSINADO MORORÓ FUZILADO CARAMURÚ DEVORADO FREI CANECA FUZILADO CRUZES! SANTA IGNORÂNCIA! [07.09.1978] O BICHO PAPÃO NOSSO DE CADA DIA 7h No café da manhã perde-se o apetite. Ao saber que o preço do leite teve aumento de novo! 8h Dói no coração, e no bolso, pra pagar a condução até o trabalho. 10h É de congelar o sangue ter que comprar enlatados porque meio quilo de carne é uma fortuna. 11h É de chiar. Ter que ir na casa do vizinho acabar de cozinhar a comida porque o gás do bujão acabou. Vai-se ao fornecedor de gás e só encontra aumento de gás. Mas gás mesmo? Não tem. 12h Abre a torneira pra lavar os pratos e não sai uma gota d'água. No entanto no fim do mês o talão já está na porta, com aumento é claro. 13h Você tenta a sesta. Deita-se mas não consegue cochilar devido a poluição sonora. 18h você está de volta do trabalho. Chega em casa, tudo escuro. Tenta o interruptor, mas a casa continua no escuro. Daí você lembra que se esqueceu de pagar a luz e o fornecimento foi cortado. 19h Depois de uma janta fria, pois não teve como esquentar, à luz de vela. Você é obrigado a ir dormir cedo, pois sem luz não tem tevê. Pelo menos vai dormir cedo pra no outro dia começar tudo de novo... [03 de setembro de 1978] SE PAIXÃO MATASSE GENTE... poesia recente 2019. VULTOS HISTÓRICOS Escritos resgatados de 1978 Incrível ! Claro, trata-se de uma composição, mas seria o retrato da realidade de 40 anos atrás E TÃO ATUAL! desenho ilustrativo feito por meu neto Thomas Kael, ainda este ano. Não foi exclusivamente para este blog.
UMA PORRADA DE "ÔIO" DE MACHADO [POESIA] Vem o dia levantando na alvorada no curral se ouve o berro dum burrego Perseguido pelas asas do morcego os pardais vão saindo em revoada é bonita a festa da passarada o terrá se esticando de mansinho os mosquitos no "vazio" do burrinho sem dá trégua, nem sossego, nem parada Vai morrendo de mansinho a madrugada Muje o boi preguiçoso no cercado O jumento esturra dá seu brado Um cachorro se mordendo com as pulgas O sol vindo a passo de tartaruga vai se impondo parecendo o delegado Feito comprimido boiando na cerveja Ou uma bola de fogo que boceja vai no céu produzindo seu traçado Uma chaleira de café que assubia pros ouvidos que tão bela melodia Uma porrada de "ôio" de machado num dói mais que uma música sertaneja Sinhá Maria canta reza de igreja os picuás num alforje ali dum lado a cigarra faz seu canto mastigado Os preás logo cedo a comer palma o sertão vai lavando a sua alma Lava o peito nos seus braços apoiado nas corredeiras do riacho de mansinho Caga cebo, e Rola bosta no caminho quem conhece sabe bem o pinicado Um caburé na estaca atrepado não tira o olho dos filhotes da Ticaca O azul do céu entre as nuvens se destaca O sertão vai fazendo seu bailado "Fogo apagou" canta canta lá no ninho Vento batendo nas paletas do moinho na craibeira, no pau ferro e no arado Os imbuás vão mandando seu recado Ó caatinga para nós bendita sejas Se não fosse a mata branca que viceja o vaqueiro não teria o seu legado Uma porrada de "ôio" de machado não dói mais que uma música sertaneja
Corrida de mourão é uma peleja É uma festa ir pra feira de mangaio manga e bananas nos balaios Emborná nos caçuás se baculeja volta tudo cheios de atavios Uma arataca, um candeeiro de pavio uma amarra de folha de carqueja uma faca peixeira bem amolada um chocalho, rapaduras, umas cocada Um caxéte pra curá uma dor de dente um taco de fumo, mais um litro de Aguardente Na cangalha tudo arrumado direitinho o carro de boi bem conhece o caminho Devagar e brando vai vencendo o sol quente Inté sozinho chega ao destino de onde veio No sertão de gente de paz sem aperreio Que a Mãe de Deus sempre os proteja No pescoço traz um rosário pendurado uma porrada de "ôio" de machado não dói mais que uma música sertaneja. Fabio Campos, 04 de Maio de 2019. Santana do Ipanema -Alagoas.