MUNDO AZUL Capítulo 3 da Saga de Kira








































Capítulo 3 Mundo Azul

Quer saber, combate nenhum aconteceu no sobrado da vila. Tudo não passou de fruto da imaginação de Kira. Desde aquele dia da mordida do cão que passara a ter visões, alucinações, mesmo acordado. Queria muito encontrar seus irmãos. A guerra fizera sua mãe ir embora de Ishikawa. Vivia o horror de ter que partir. Ficaria pro resto da vida com esse trauma. O pai senhor Teoton fora recrutado para as tropas do governo. E o fez pensando primeiramente na família, pois foi prometido que aos familiares dos combatentes seria dada proteção do governo. Ora, na verdade, isso nunca aconteceu. Prometeram que seus filhos receberiam provisões de alimentos, teriam atendimento médico e escola. Sua mãe só percebeu que estavam sendo enganados quando viram uma tropa de revoltosos invadirem sua casa, e roubarem tudo que ainda restava. Levaram alimentos, algumas poucas armas, munição e alguns objetos de prata.    

Kira em seu espírito lutava contra o ódio que sentia. Se encontrasse o pai naquele momento entraria em luta contra ele. Se soubesse da verdade talvez mudasse de opinião. Quem sabe tivesse razão. Precisaria conhecer algumas coisas que não sabia. A respeito de sua família, de si mesmo. Muitas vezes a razão não é solução pra nada. Nem no mundo real, nem no mundo virtual que vivia de tempos em tempos. Sonhos e visões que lhes ocorria sempre que dormia. E mesmo acordado. E se o pai estivesse morto? Sabia como encontrá-lo ainda que morto. 

No inverno do ano do coelho foi à montanha das calendas. A subida era difícil era uma jornada que se tinha que fazer sozinho. Quem tentou empreender a jornada em grupo ou mesmo de dupla. Somente um conseguiu. No início passava pelo corredor dos condenados nele se enfrentava os piores medos que um humano pode sentir. De que você tem medo Kira? Os que diziam nada temer eram os primeiros a morrer. Tinha o espelho da verdade que a pessoa via a própria alma. Quanto mais livre de faltas mais alva. A parte que se conseguisse passar a jornada estaria vencida era no vale das mansões dos guardiões dos espíritos. 

O mês dos festejos que reverenciava ao deus Juno estava pra mais da metade. Para os lados do norte o mundo estava ficando alaranjado. Como se uma imensa caldeira estivesse em atividade tomando todo o lado setentrional da terra. Depois passou a ficar vermelho. O trovão roncou, relâmpagos pipocaram no pano celeste dum canto a outro, abrindo enormes fendas de luz tão intensa que cegava quem se aventurasse fitar. Um vento forte arrastou os ciscos do terreiro, levantando um redemoinho que quebrou o varal, foi deixar algumas roupas lá no meio da roça. Roupas espetadas nos espinhos do mandacaru na lama do grotão.  

O avô de Kira vislumbrava maus presságios sempre que algo dessa natureza acontecia. O tempo mudou repentinamente. Olhou pra mata, e no alto viu algumas aves de rapina sobrevoando alto. Um barulho de mato sendo quebrando. Correu ao celeiro a pegar a carabina e uma caixa de munição. Sabia, algo estava pra acontecer. Não deu tempo sequer de fechar o paiol. Uma manada de javalis selvagens em disparada invadiu o terreiro. Uma enxurrada de queixadas violenta derrubando tudo que estivesse no caminho.  

Fabio Campos, 29 de junho de 2019.


Poesia: SANTANA DO IPANEMA
                        

                         I
Santana flor que brotou na riqueza 
de suas cenas
Floreceu por ser aguada com águas
do Ipanema
  

                    II
O Ipanema e Senhora Santana
A nossa Padroeira
Deram origem ao nome da cidade
Antigamente Ribeira


                     III
Santana recorda com emoção
E guarda no fundo do Coração
a frase grava em ouro:
"Salve a Festa do Feijão!"


                     IV
Santana agradece ao povo
por um grande monumento
a quem faz grande homenagem
ao servidor o jumento


                       V
Santana cidade pitoresca
que não esqueço jamais
É os confins das Alagoas
"A Terra dos Marechais!"


Composição feita a 40 anos atrás: exatamente em: 03 de Maio de 1978.

A BRUXA Capítulo 2

                           

A BRUXA Capítulo 2 O SEGREDO DE KIRA KORUCHAUA 

Uma história sobre dona Morgana, a mãe de Kira. Uma senhora muito batalhadora. Tivera treze filhos. A maioria criou-os sozinha. Na época Kira só alguns meses tinha de vida. Na verdade sete. Foi num dia de feira livre no vilarejo. De repente uma mulher aturdida chegou a sua porta. Pedia que a ajudasse. Queria que a escondesse, os soldados vieram em seu encalço. Ficou sem saber o que fazer. Como esconder em sua casa alguém que não conhecia? Ainda mais sem saber o que teria feito. Do que fugia?  A mulher acabou invadindo a casa, e foi se abrigar no quarto onde Kira dormia num berço. Os guardas sem pedir permissão adentraram a casa. Iniciaram uma busca, dizendo que queriam prender uma ladra. Ainda a pouco, em plena via pública roubara do conde de Valverde um colar valioso chamado olho de Adonis, encravado de rubis. Relíquia de família. A identidade da nobre linhagem dos Valverdes nas mãos duma estranha. Precisavam prendê-la,  recuperar o colar.

A casa foi vasculhada sem que a mulher fosse encontrada. Soldados da guarda real chegaram para ajudar, sem sucesso na busca. Enfurecido o conde de Valverde deu ordem que ateassem fogo em tudo. A casa devia ser queimada, com tudo que houvesse dentro. Atordoada dona Morgana correu a salvar seu filho, do fogo que se alastrava rápido. Foi quando deu de cara com a mulher. Disse-lhe que só um jeito havia de escaparem do fogo, dona Morgana teria que dar o filho pra ser discípulo do Cavaleiro de Caravaglio. Disse que era feiticeira. Uma invocação seria feita e os três se tornariam invisíveis e intocáveis, para as coisas desse mundo. Só restou aceitar a condição proposta pela bruxa.

Eram seis os meninos na carroceria da caminhonete. Eram todos irmãos de Kira.  Avançavam pela estrada de barro vermelho, os cabelos lisos brincavam com o vento, com seus rostos, os seus sorrisos. Da mata fechada os tiros ecoavam no céu, os pássaros nas copas das árvores altas espantados partiam em revoada. Ao aproximar-se da choupana deu pra perceber que algo ruim acontecera ali. Uma ovelha morta no meio do terreiro. O aprisco aberto. A portinhola do chiqueiro quebrada. Os porcos, os que sobreviveram, estavam no pomar. As hortaliças destruídas. Algumas telhas caíram do alpendre, se partiram com a queda.  Um vendaval varrera a propriedade. Amava aquele lugar.

O homem no terreiro, assava carne numa churrasqueira. Gordo, vermelho, ventre avolumado, camisa de malha, outra por cima enxadrezada de algodão e botões. Chapelão de caubói. O lábio inferior proeminente como que não tivesse mais os incisivos superiores. Olhava estranhamente a chegada inesperada de Kira. Segurava um espeto com um pedaço de costela de porco assada. Cumprimentou-o. Sério, sem emoção. Não dava pra entender porque ficaram tão diferentes. Nem pareciam irmãos. John não era, mas aparentava ser mais velho, mais velho que Mark.  Desenvolvera uma calva que não era de família, a escondia em baixo do chapéu. Sem chapéu era outra pessoa. O corpo avantajado também o diferenciava dos demais. O pai tinha corpo atlético, cultivava barba e cabelos longos. Quem sabe se tivessem sido criados juntos, fossem mais amáveis uns com os outros. 

O gato Brown sabia de mais coisas porém, não estava disposto a contar. Não agora, esperaria momento mais oportuno. Foi engraçado e até certo ponto chocante descobrir que o gato falava. Não era fala com oralidade. Ele pensava, e Kira ouvia-o falando.  Foi nas férias escolares do verão do ano de eclipse solar, havia uma semana. Disse que seu pai fora embora e levou com ele quatro dos seus irmãos. Os que já tinham atingido idade de combate. Partiram pra uma missão complicada competir nos tradicionais jogos de inverno da Caledônia. Para tanto se preparam durante seis meses. Era treino pesado. Acordavam de madrugada, subiam a montanha. Cada um cortava um tronco com diâmetro igual a seu tórax e descia pela trilha dos ursos pardos. Tinham que torcer para não se deparar com uma ursa com filhotes. Isso poderia significar morte. A segunda parte do treinamento era descer as corredeiras do rio Aihowa em um caiaque. Enfrentar as águas alucinadas e tentar ficar vivo até o fim do percurso.


Fabio Campos, 23 de junho de 2019.




                   SERTANEJO

                        I
QUANDO NASCE UM SERTANEJO
O CARCARÁ CANTA ALTO
O POVO SE EXALTA
A FAZER ADMIRAÇÃO
É MAIS UM SERVO DO SENHOR
PRA TRABALHAR NO SERTÃO


                    II
O SERTANEJO QUE TRABALHA FIRME
NA SECA DA PLANTAÇÃO
É UM CAIPIRA QUE SOFRE
CHAMANDO PADIM CIÇO ROMÃO


                  III
O SERTANEJO QUE LUTA
COM GADO SELVAGEM
PRA MARCAÇÃO DESSES BICHOS
É PRECISO MUITA FORÇA
DEDICAÇÃO E CORAGEM


                 IV
O SERTANEJO QUE PENETRA
NAS CAATINGAS DO SERTÃO
NÃO TEM MEDO DOS ESPINHOS
DO MANDACARÚ SEM CORAÇÃO


                V
NÃO HÁ SOFRIMENTO MAIOR
DO QUE O DO SERTANEJO 
QUE LUTA NA TERRA ATÉ A MORTE
JÁ DIZIA EUCLIDES DA CUNHA:
"O SERTANEJO É ANTES QUE TUDO UM FORTE"


FABIO CAMPOS COMPOSIÇÃO DE 40 ANOS ATRÁS FEITA EM 01 DE MAIO DE 1978.

O SEGREDO DE KIRA KORUCHAUA -




































           Capítulo 1:  Mordida de Cachorro Doido

O dia amanheceu, vermelho nos olhos, por uma noite em claro. Azul nos lábios, de frio. O homem de rosto largo, tez pálida, cabelos revoltos. Andava como quem mancava.  Como se o vento o desequilibrasse. Um cão negro, de rua, na calçada.  Seguia-o de longe.  Quer saber, seus espíritos não se agradavam um do outro. Cada um, do seu jeito. Os pés do homem doíam, mas era apenas dor na mente. O que sentia não era só na carne. Era consciência. Cada passo uma tentativa de não afundar num solo movediço imaginável, de lava vulcânica inimaginável. A pele debaixo dos pés como se soltasse sangrando. De longe viu.

Uma casa velha, de dois pavimentos. Sustinha-se pelas casas vizinhas. A pintura pastel, bem gasta, bolorenta. Tudo tão inóspito, de cidade feia, como se desabitada, fantasmagórica. As vidas escondiam-se do frio. No andar de cima morava uma moça.  Uma pequena cactácea num vaso de cerâmica no batente. Desnecessitada de água, ainda mais no inverno. Todos os dias conversavam. Toda tristeza que tinham compartilhavam. Se entristeciam juntas. Desenverdeava-se devagar. Tinha um gato branco chamado Brown, e Júlia de seis anos. Se ao menos o teto não tivesse tão estragado. Apostava que não suportaria mais um inverno. O céu diluído numa trilha sonora muda, grito interrompido. Velha película de faroeste mexicano de tão gasta estremecia as coisas. Ameaçava fechar a plena escuridão. Como se tudo fosse se acabar num segundo. O que existia era um ódio, alimentado pelos irmãos. Muitas coisas precisavam ser esclarecidas. Ódio puro era insano. Ódio por vingança seria racional.

Quem quisesse se enganar se enganasse. O mundo que o homem construíra e carregava consigo era estranho. Olhava com olhos de chumbo. Nada queria ver de outra cor. Se quisesse poderia se pensar que era normal. Também o ódio que tinha estava no cachorro. Ódio por ter vindo ao mundo como cão de rua, vagante, sem dono, faminto. Porque todos o desprezavam.  Quando queria, ficava estátua, imóvel. As patas pareciam normais.  Apenas pareciam. Escondiam garras capazes de destroçar um braço humano com a violência que guardava no coração, se atacasse. E teve o dia que atacou, pegou-o desprevenido. Traiçoeiro que era. Abocanhou-lhe a perna estraçalhando parte da panturrilha. As marcas dos dentes fizeram feridas profundas. Dilacerou alguns vasos. O que daria da parte dele ainda mais ódio aos caninos. Ódio de homem para com um cão.  Mais ainda do cão para com o homem. Nunca mais, nem o cão nem o homem seriam o mesmo. O caminhar não seria o mesmo. E não mais se livraram um do outro. Naquele dia ao deitar-se teve alucinações, sentiu febre calafrios, ânsia de vômito, dor de cabeça. Sonhou sonho de cachorro doido. O manto negro da noite sustentava uma lua enorme. Tudo aquilo devia ter uma explicação. Ninguém era obrigado a entender as coisas assim de primeira. Puras, do jeito que se apresentavam. Era preciso dar tempo ao tempo. 

Kira parou no lado oposto da esquina, também o cão negro. Frio, a soltarem fumaça pela respiração. O focinho gelado. Congelando, azulando. As mãos dentro do casaco aveludado tocavam o maço de cigarros, a caixa de fósforos. Acariciava-os como a um rosto de mulher. O céu desenhado de cinza, borrado. Sujo de pensamentos, de fumaça de cigarro. Tão, a ponto de botar mofo na alma. Alguém precisava explicar o que significava aquele corpo, debaixo da escada, que dava pro andar de cima. Era corpo de mulher, vestida numa saia xadrez, vermelho e preto. Um casaco amarelo abóbora.  Cachecol e gorro. Dormia ou estava morta de frio? Loredana tivera uma infância conturbada, filha de pais separados. Só restara a rua para sobreviver. Sozinha feito cão sem dono.  Ser sozinha, viver sozinha, decisão que não se tomava só. Não achava oportuno, mas os pensamentos vinham. O povo de Ishikawa caminhando sobre o lago gelado. Partiram pra nunca mais. Não sabiam, que nunca mais voltariam. Aquilo ficara marcado na alma. Jamais esqueceria. Fugir, fugir, até quando? O tempo era o melhor aliado. Pensar em um dia ensolarado, uma bela amanhã, mesmo quando tudo se fazia sombrio, não tinha certeza, mas parecia que ajudava.

Se não quebrassem com tanta violência às ondas no cais. Pensamentos tristes, com cheiro de maresia e muita vontade de não estar lá. Queria saber por que a beira do mar no inverno ficava tão triste. Tudo estupidamente molhado. Dentro e fora do mar. Molhados os olhos de sal, e tristeza. Estivadores no cais do porto empilhavam caixotes com raiva. Temporal embota as almas. Policiais no quarteirão a diante interpelavam motoristas. Se os pássaros soubessem quão importante era voar. As chaminés das casas fumavam, preguiçosamente. Marinheiros indo pro bar, à porta ambulantes, com seus carrinhos e campainhas. Debaixo de sombrinhas descoloridamente gastas, congelavam. Na praça arbustos sem saber, escondiam esquilos que jamais apareceriam na tela que os pintores fariam quando fosse verão. Os barcos enfileirados pareciam soldados inexoravelmente quietos, aguardando a ordem pra avançar. Quantos deles partiram, sem saber que jamais voltariam.

Belion o grego, jamais teve vontade de possuir um cão. O que o incomodava neles era os pelos, o focinho frio, a saliva, o olhar, o pensar inquisidor, a cobrança de atenção, a dependência. O tempo de vida exíguo em relação à gente. Talvez nesse último quesito estivesse enganado. Tudo enfim, neles e deles, incomodava-o. Molina, sua filha que nem tempo era pra se dizer nada a seu respeito. Não fosse o fato de ter lábios, unhas e a íris dos olhos de pura prata. Rosto ossudo, um quê de rebeldia nos traços. Uma revolta antiga que lhe embotava o falar, desconcertava as sobrancelhas, apunhalava qualquer voz. A pele de urso no casaco do qual nunca se separava, chovesse ou fizesse sol, dava-lhe ar selvagem, indomável. Ainda mais no inverno. Tudo que Bel fizera nos últimos seis anos fora em função da única filha.

Agabeon descia pela ladeira da rua do mercado, fatalmente passaria na mercearia do Alemão. Tomaria uma cerveja ainda que criasse gelo na caneca. Sherman o irlandês, como sempre o provocaria. O dia anterior devia fixar-se com tudo o que acontecera, mas nem todos são éticos com relação a isso. Tudo assim muito parado, significava exatamente que algo muito grave estava pra acontecer. O falcão alçou vôo. Isso  talvez explicasse alguma coisa.

O combate foi inevitável. Começou assim, o homem com cara de cachorro, se apossou de um machado do taberneiro e partiu com tudo contra o gigante que tinha características de criança. Uma espécie de menino gigante. Tinha a cabeça ligeiramente desproporcional ao corpo. A pele destituída de pelos, musculatura com pregas nas articulações. Apesar da aparência infante era bravo, muito violento. Isso ficou evidente ao se chocarem. O homem da cabeça de cachorro deu uma mordida no ombro do gigante menino, que reagiu atirando-o contra a casa da esquina, abrindo um imenso buraco. A briga dos titãs estava só começando. Prometia causar muito estrago. O machado girou no ar, sem conseguir, no entanto, atingir o seu intento que era abrir o menino ao meio. Foi bater no corrimão da escada que dava acesso ao pavimento superior destruindo-o. Num salto ágil o bebezão com cara de mau alcançou o teto da construção quase destruída. O cara de cachorro foi em seu encalço. Um princípio de incêndio se fez dentro dos cômodos. Fogo e fumaça eram o que faltava. Pronto, a catástrofe estava completa.

Fabio Campos, 16 de junho de 2019.

                             CASTELO DE SONHOS

                 I
cavaleiro de arame
cavalo de papelão
cavalga nas estrelas
a procura de ilusão


               II
Sobe e desce, desce e sobe
Cavalinho Bão-Balão
A procura de Aventuras
A procura de Ilusão


         III
Eis que na frente avisto
Um Dragão feio de Brinquedo
A sua frente corre perigo
Uma princesinha com medo

            IV
Da boca lança labaredas
queria se ver livre de mim
com minha espada de cera
eu quero ver o seu fim

           V
Mais uma chama desceu
E minha pobre espada de cera
O  Dragão a derreteu

         VI
Mas daí veio a saída
Os pingos da espada derretida
caíuram em suas patas
E ele horrorizado de dor
Saiu na maior corrida

          VII
Abraçou-se a mim
A Donzela agradecida
Bom final para um herói 
Que nessas ocasiões
Não salvaria a própria vida.

Fabio Campos composição feita a 40 anos atrás exatamente em; 12 de Junho de 1978.


           

ROMANCE

                                                             ROMANCE
               I
ANDAR EU ANDEI
PROCURAR EU PROCUREI
E SEM QUERER EU ACHEI
UM AMOR
PRA MIM LIVRAR DESSA VIDA
SOFRIDA, SÓ RANCOR


                        II
ELA ESTAVA NA JANELA
ANDEI ATÉ A PENUMBRA
E JOGUEI UMA ROSA
PRA ELA


                          III
O DIA NASCIA EU PRA RUA SAÍA
APRECIANDO A LUZ DO DIA
ENCONTREI DE NOVO QUEM EU QUERIA


                     IV
ELA ME DEVOLVEU A FLOR
FLOR ESSA TÃO PRECIOSA
QUE NOS APROXIMOU
APROXIMAÇÃO FEITA SÓ DE AMOR
AMOR NASCIDO DE NOSSOS CORAÇÕES
E QUE UM FLOR AJUDOU



                                   IV
MUITAS E MUITAS VEZES
PASSAMOS PELOS CAMPOS
EU APRECIAVA SUA BELEZA
E COMPARAVA TAL BELEZA
COM AS COISA EMANADAS
DA PUREZA DA NATUREZA


                 VI
HOJE É SÓ RECORDAÇÃO
MAS A SAUDADE FICOU
MAGOANDO MEU CORAÇÃO
DEUS PRA ETERNIDADE A LEVOU
QUE TRISTE SEPARAÇÃO



                 VII
SOU CONSIDERADO UM LOUCO
POR ME ENCONTRAR ERRANTE
CHAMANDO PELO SEU NOME
"NOS MORROS DOS VENTOS UIVANTES"

FABIO CAMPOS COMPOSIÇÃO DE 40 ANOS ATRÁS EXATAMENTE EM: 10 DE JUNHO DE 1978.

HOJE: 10 de Junho de 2019.



                                                
                                                              PENSAMENTOS

Acho que o pior dos erros é a pessoa conhecer muita gente e não se reconhecer.

É melhor, dizer que nada sabe, e falar qualquer coisa; que, dizer que sabe qualquer coisa e nada falar.

Não sei qual o pior; O dinheiro que circula de mão em mão; ou o homem que circula o tempo todo atrás do dinheiro.



PRECE:         ASSIM SEJA 


Ó Senhor! Neste dia que se inicia 
Como em todos os dias abrirei sempre  meu meu coração 
para recebê-lo

Ó Senhor! Iluminai e guiai-me 
Pelos caminhos tortuosos da vida

Ó Senhor! não deixeis
que eu caia em tentação

Ó Senhor! Livrai-me sempre do mal

Ó Senhor! Não deixei que me esqueça de vós
Tanto em boas horas como em horas ruins

Ó Senhor! Quero que haja sempre em mim
Luz interna que me lumine para orar

Ó Senhor! Quero neste dia 
Como em todos os dias, estar sempre perto de ti

Amém.

Santana do Ipanema -Alagoas composição de 06/06/2019  

BEM-VINDO JUNHO!

BEM-VINDO JUNHO!

Eis que chegou o mês de junho
Esse é o mês do meu xodó
tempo de dançar quadrilha
vai o pai a mãe a filha
no arraiá dançar forró
tem sanfona e arrasta-pé
tem Canjica e tem quentão
milho verde de montão
tem fogueira e busca-pé
Tem os fogos de artifícios
tem o raio da silibrina
tem matuto na cidade 
Sertanejo de verdade
ama as Festas Juninas

Tem adivinha na fogueira
tem milho assado e rojão
tem o viva a São João
tem balão e tem roqueira
tem galpão da bolandeira
tem mateu e animação
Coco de roda e birita
as moças tudo de Xita
Os homens de Macacão
na barraca das meninas
tem a prenda e tem o beijo
tem Xote no Vialejo
Tem chuvinha e serpentina
Tem quem toque a concertina
tem Baião de  qualidade
Sertanejo de verdade
ama as as Festas Juninas 

"A fogueira tá queimando
em homenagem a São João"
quem sabe canta também
vem o padre e diz Amém
e vai dando sua benção
É o casamento matuto
que termina em dez minuto
ô menino  que Trem bão
tem o xote das meninas
tem a Cora Coralina
versos que é só felicidade
sertanejo de verdade
ama as festas juninas

Os meninos no terreiro
fazem festa e fuzuê
tem bazurca e balancê
bacamarte e "Galopeira"
tem o "Coqueiro da Bahia"
tem a água na bacia
e a faca na bananeira
Tem o Trio nordestino
Quem dera fosse menino
pra rever o Gonzagão
faxiar de lampião
sapo pequeno é girino
quando é peixe é alevino
ô bicho grande é cação
queira Deus por caridade
com amor da mocidade
que uma poeira bem fina
traga a estrela matutina 
no céu da minha saudade
sertanejo de verdade
gosta de Festa Junina

Tem São João e Santo Antonio
tem São Pedro e o carneirinho
tem fogos de artifício 
mulher bela e estrupício
tem bêbos pelo caminho
tem beijo de moça e selinho
tem traque e tem rojão
tem panela de pamonha
calça furada e coronha
com remendo no fundão
Algodão doce, picolé
carroça e cabriolé
e até caldo de feijão
tem a brasa e o tição
tem moça com a vaidade
os véios sem mocidade
mas tudim usa a latrina
vai ligeiro ou sem vontade
sertanejo de verdade
gosta de Festa Junina

Fabio Campos, 01 de junho de 2019


                                         PENSAMENTOS 

Tirados do meu Caderno de Anotações de 40 anos atrás. Exatamente em 03 de junho de 1978:

Nascer é morrer para com esse mundo; morrer é nascer para a vida eterna.

Fazer boas ações, é estar em paz com o espírito.

É fácil acreditar na existência de Deus; difícil é a Ele a fé confiar; é fácil ir pro céu; difícil é entrar lá.